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O mundo e a corrida contra o tempo – Revolução da Longevidade (2)

No período entre 2015 e 2050, a proporção da população mundial acima dos 60 anos vai quase dobrar, passando de 12% a 22% de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Um dos grandes desafios a ser enfrentado por todos os países é adequar o sistema social e o de saúde a essa mudança.


Nesse envelhecimento mundial a passos largos, a OMS chama a atenção para o fato de que a França teve quase 150 anos para se adaptar ao crescimento da população de idosos, que era de 10% e dobrou para 20%. Entretanto, países como Brasil, China e Índia terão pouco mais do que duas décadas para fazer a mesma adaptação. É uma corrida contra o tempo, por isso requer ações rápidas.


Abaixo, o gráfico mostra a percentagem de pessoas jovens e idosas no período entre 1050 e 2050.

Mas envelhecimento populacional não é uma conversa nova. Ainda no século passado, a OMS definiu o ano de1999 como sendo o “Ano Internacional dos/as Idosos/as”. Com isso, promoveu a importância do tema e a necessidade de se fundamentar discussões com diferentes grupos da sociedade, a exemplo de políticos, acadêmicos, empresários e profissionais da saúde.


A OMS trouxe também o conceito de envelhecimento ativo, que é o “processo de otimização das oportunidades de saúde, participação e segurança, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas ficam mais velhas”.


O envelhecimento traz desafios crescentes em decorrência das mudanças sensoriais que ocorrem, naturalmente, nas etapas mais maduras da vida. Por isso, é necessário que prestadores/as de serviços, funcionários/as públicos/as, líderes comunitários/as, religiosos/as, empresários/as e políticos/as estejam atentos/as a essa nova realidade a fim de que as pessoas acima dos 60 possam viver em segurança, gozando de boa saúde e participando plenamente da sociedade.


Exemplos de cidades amigas

Mesmo o assunto requerendo pressa, a resposta mundial aos novos desafios parece ainda estar caminhando a passos lentos.


A Irlanda, por exemplo, está entre os países ligados à Rede Global para Cidades e Comunidades Amigas dos Idosos da OMS. Essa rede objetiva promover o envelhecimento ativo e a melhoria na qualidade de vida das pessoas com mais de 60 anos. Entretanto, o Age Action, afirma que não existe um planejamento coeso para os/as idosos/as nos departamentos do governo irlandês. Apesar disso, um estudo feito em 2020 nas cidades de Dublin, Cork e Limerick aponta essas cidades como “amigas dos/as idosos/as”. Os autores avaliaram fatores como acesso a serviços, infraestrutura de pedestres e segurança.


Ainda segundo o estudo, os idosos que vivem em cidades mais amigáveis têm maior probabilidade de relatar uma melhor qualidade de vida e uma maior sensação de prazer e controle de suas vidas.


Badalona, a terceira maior cidade da Catalunia, na Espanha, vem seguindo as orientações da OMS. Como 18% da sua população já se encontrava acima dos 65 anos, o município decidiu investir 800 mil euros por ano para transformar a cidade em “amiga do/a idoso/a”. Isso incluiu a promoção de atividade física, campanha de conscientização em nutrição e hábitos saudáveis, pesquisa científica, dentre outras ações. A cidade foi reconhecida como um local de referência para a Parceria Europeia de Inovação para o Envelhecimento Ativo e Saudável.


No Brasil, de acordo com o Portal do Envelhecimento, algumas cidades receberam certificações de “amigas dos/as idosos/as” de origem diversas, inclusive da OMS, tais como Porto Alegre, Esteio e Veranopolis (RS), Pato Branco (PR), Balneário Camboriú (SC) e Jaguariúna (SP). Destaque para Veranópolis que foi a primeira cidade do Brasil a receber, em 2016, o selo da OMS de Cidade Amiga do/a Idoso/a.


O programa Cidade Amiga do Idoso, da OMS, é um trabalho contínuo de avaliações e aprimoramento, com foco em ações do poder público. Há diferentes ciclos e etapas, como planejamento, reconhecimento, implementação do plano e monitoramento de resultados. Tudo isso para que as cidades tenham uma diretriz comum a seguir e tenham clareza sobre o que pretendem alcançar.


Mais recentemente, a OMS anunciou 2021 a 2030 como sendo a década do envelhecimento saúdavel. Mas para que isso aconteça, é necessário que os países se engajem em políticas públicas para o/a idoso/a, que a sociedade esteja preparada para essa mudança estrutural e que as pessoas idosas tenham o desejo de exercer um papel ativo na sociedade. Só assim essa década deixará de ser um simples anúncio para se tornar uma realidade com frutos maduros.




REFERÊNCIAS

Artigos








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