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Propósito é uma carta de navegação, uma rota a ser seguida - Revolução da longevidade (4)

Existem numerosos/as idosos/as considerados/as pessoas sem idade, como se o tempo não significasse para eles/as. São as pessoas que continuam criando, brincando e desafiando. Sempre tiveram propósito de vida. Alguns exemplos são Fernanda Montenegro, Marieta severo, Rita Lee, Caetano Veloso, Chico Buarque, entre outros. Fora esses/as famosos/as, certamente todo mundo conhece alguém que se manteve produtivo/a e criativo/a durante a evelhescência. As limitações aparecem? Claro que sim, mas a adaptação a elas também e não a imobilidade, a falta de autonomia.


Ter um propósito ajuda a pessoa a andar pela vida com mais interesse e vontade de prosseguir. Mas isso é algo que falta a muita gente. A maioria das pessoas sem propósito terminam se atrelando aos prazeres imediatistas, fugindo de reflexões mais profundas em relação ao seu agir no mundo, e se esquivando de, no percurso da estrada da longevidade, irem se transformando em pessoas melhores não só para elas mesmas, mas para a coletividade.


Alguns estudos apontam a relação entre propósito de vida e a manutenção da saúde física e mental no processo de envelhecimento.


Mas o que é propósito de vida?


De acordo com o pesquisador Martin Seligman, que deu corpo à psicologia positiva,

propósito é a conexão do indivíduo com algo maior do que ele próprio. A pessoa que tem propósito busca realizar algo que tem um apelo em si mesmo, sem objetivar maiores recompensas. O propósito envolve um compromisso com a vida, ou seja, a utilidade da vida não só para o eu, mas para o outro também.

O propósito de vida termina sendo relacionado ao trabalho, na maior parte das vezes, porque é, normalmente, por meio dele que servimos o outro. A mãe, por exemplo, que escolhe ficar em casa para cuidar da formação dos/as filhos/as, encontrou neste trabalho seu propósito.


Propósito de vida, portanto, não pode ser ganhar dinheiro, comprar um carro ou uma casa. Esses são apenas objetivos dignos. Propósito está relacionado a algo que tenha um impacto mais amplo, que tenha um benefício na comunidade com a qual se comunga ou da qual se participa ou no grupo do qual se toma parte. É a contribuição com o coletivo por se estar no mundo. E é também e, principalmente, aquilo que enche a pessoa de alegria. E, claro, pode mudar com o tempo.


Há uns poucos anos um vídeo viralizou nas redes sociais, mostrando uma ascensorista que trabalhava com muita alegria e gentileza. Uma das razões para isso é que o trabalho dela não era simplesmente um meio de pagar suas contas, mas o lugar onde ela encontrou um propósito de vida. Ou seja, no seu trabalho, ela pôde colocar em prática quem ela é, num processo de redesenho, redefinição da sua atividade.


O ter propósito na vida e entender que ela com suas falhas, encargos e limitações, vale a pena ser vivida, diminui o declínio em vitalidade, incentiva a busca de experiências revitalizantes, promove maior integração social, melhorando os relacionamentos e as habilidades interpessoais.


Para se ter um propósito, a pessoa não precisa fazer algo mirabolante ou humanitariamente grandioso como Gandhi e Mandela, por exemplo, fizeram. Basta simplesmente entender o impacto positivo que uma ação comunitária, por exemplo, realizada continuamente, tem na vida das pessoas, tal como faz uma amiga minha que ajuda, semanalmente, na distribuição de sopa para as pessoas vulneráveis em Dublin.


Outra possibilidade é simplesmente entender, como fez a ascensorista citada acima, como aquele trabalho executado diariamente contribui para melhorar a vida de outras pessoas em algum aspecto. Mas para isso é necessário um pouco de autoconhecimento a fim de que a pessoa possa fluir de acordo com sua essência (não estou aqui falando de pessoas com psicopatias ou afins, pois estas não têm condição de benevolência).


Ter propósito de vida ajuda o ser humano a dar significado ao viver e, assim sendo, ajuda a pessoa a enfrentar melhor equipada os desafios dessa longa estrada chamada longevidade.




REFERÊNCIAS

Livros

Boniwell, I. & Tunaril A. Positive Psychology - Theory, research and applicartions. Second Edition. NY: Open International Publishing. 2019.



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