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Forças de caráter no trabalho e na família

Forças de caráter são aspectos dinâmicos da personalidade, social e culturalmente admirados, que, com aprendizagem e prática, podem ser usadas de diferentes formas. São superpoderes que ajudam a pessoa a se mover em diferentes situações de uma maneira mais positiva. Embora cada pessoa tenha potencialmente as vinte quatro forças de caráter, a forma como elas são configuradas para cada um é o que dá uma personalidade única aos seres humanos.


Mas forças de caráter e talento são a mesma coisa? Não mesmo. Talento diz respeito àquilo em que a pessoa é boa em fazer, realizar. Pintar ou falar em público, por exemplo. Já as forças de caráter mostram quão boa a pessoa é no jeito de ela estar no mundo, quando ela age, por exemplo, com gentileza ou quando usa de perspectiva para resolver um problema.

Fonte: https://www.guiame.com.br/nova-geracao/charges/charge-muros-nao-pontes.html

As forças de caráter têm sido estudadas e usadas em diferentes contextos.


No Trabalho Não demorou muito para que as organizações entendessem que trabalhar com as forças de caráter dos funcionários, dos grupos de trabalho e da própria empresa poderiam melhorar as habilidades dos líderes, das equipes e da organização como um todo. Há estudos que mostram que quando os/as empregados/as conseguem usar sua assinatura, ou seja, suas forças de caráter predominantes, eles/as se tornam mais aptos/as a terem experiências positivas, como satisfação e prazer, envolvimento e significado, promovidos pelo trabalho.

A força do grupo é maior do que as qualidades individuais

Nesse sentido, no Brasil, já é possível contratar consultorias, coaches, ou formar líderes coaches para atuar em empresas com foco nas últimas descobertas científicas.

Na Família Os relacionamentos, sejam eles familiares ou sociais, estão diretamente atrelados ao bem-estar do sujeito.

A família, em particular, é um campo delicado, pois mistura pessoas próximas com diferentes posições políticas, ideológicas e sócio-econômicas. E muitas vezes o convívio se dá não necessariamente por fruto do desejo, mas por obrigação. Daí a importância de se aprender a lidar com situações desarmoniosas. Conhecer as próprias forças de cárater, aprender a identificar as qualidades do outro e focar nelas é um exercício de compreensão dos superpoderes de cada um.

A ideia é escolher, deliberadamente, a força a exercitar num dado momento. Para lidar com aquele parente rude, por exemplo, exercitar o autocontrole e a humildade pode ajudar. É bom considerar que embora ele seja rude, isso não elimina algumas qualidades, a exemplo, supostamente, de sua generosidade e prudência.


E que tal praticar a curiosidade e a perspectiva quando tiver que lidar com aquele/a irmão/ã que tem uma posição ideológica diametralmente oposta? O objetivo não é focar no defeito, mas nas forças da outra pessoa.


Ter em mente que as forças de caráter existem potencialmente em cada um abre espaço para se olhar o outro, mudando o foco do pior para o melhor que ele/ela traz.


Mas é necessário muito cuidado para isso não ser mal interpretado. Se uma pessoa tem um comportamento abusivo, por exemplo, essa parte não deve ser apagada, objetivando focar nas forças de caráter que ela traz. Definitivamente não. A relação de abuso deve ser resolvida e, muitas vezes, a solução é se afastar completamente da pessoa.

Casal Neuras - Glauco

Também é importante considerar que não é porque uma pessoa, por exemplo, acredita que as necessidades dela devam ser cumpridas no momento em que ela quer e com as exigências que ela estipula, que não se possa estabelecer limites para isso. Saber dizer não é essencial para um convívio respeitoso. Mas dados os limites, é possível reconhecer, e não apagar, que aquela pessoa possui qualidades também. Buscar essas qualidades ajuda a não transformar o outro em um ser sem valor algum.


Considerando que os seres humanos são complexos, cada caso deve ser pensado individualmente. Mas é bom lembrar, sempre e de antemão, que os seres humanos, no geral, possuem qualidades. Colocar as próprias forças de caráter em contexto e trazer as qualidades do outro para apreciação possibilita que conflitos possam ser resolvidos com menos estresse e o tal convívio obrigatório possa acontecer de forma mais saudável.



REFERÊNCIAS


Livros Boniwell I. & Tunariu, A. D. (2019). Positive Psychology: Theory, Research and Applications. London: Open International Publishing. Second edition.


Niemiec, R. (2018). Character Strengths Interventions. A Field Guide for Practitioners. UK: Orgrefe Publishing.


Peterson, C. & Seligman, M. (2004). Strengths and Virtues: A Handbook and Classification Hardcover. Washington, DC: Oxford University Press.


Seligman, M. (2017). Authentic Happiness: Using the New Positive Psychology to Realize Your Potential for Lasting Fulfillment. London: Nicholas Brealey Publishing.


Seligman, S. (2018). The Hope Circuit: A Psychologist's Journey from Helplessness to Optimism. New York: Public Affairs.


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